feitos pela avó Ginita, e de carne, pois se a senhora, já com 91, sabia lá o que era o seitan! esperavam por nós, ainda quentes, quando avisávamos que iríamos sair de lisboa por volta das cinco e mais meia, o que somando-lhe três horas de viagem, dava como hora de chegada a Coimbra, mais tarde a Góis, a hora do jantar:)
com arroz a acompanhar, a travessa esbanjava pasteis... que 'cresciam', o mesmo que sobejar ou sobrar, na linguagem da minha avó, e que eram o pequeno-almoço do senhor meu pai na manhã de sábado, já descansado do longo percurso, que se fazia na altura em estrada nacional, durante o qual eu perguntava amiúde, e após logo os primeiros 5 minutos no carro, 'já chegámos?', 'quanto tempo falta?', ao que a minha mãe respondia 'está quase!' mesmo sem estar. e no momento da quase chegada, lá do banco da frente ouvia-se... 'já estamos a chegar, martinha. já se vê a avó à janela a dizer adeus!'
apesar de não ser grande fã do seitan, no muito de vez em quando preparo-o aqui em casa (mais agora devido à gravidez e à amamentação) e basicamente em duas simples receitas, os panadinhos e os pasteis de massa tenra, as preferidas da Princesa.
o seitan, para os mais desprovidos de informação, é um preparado de glúten, que por sua vez é uma proteína proveniente do trigo e que por isso mesmo é uma boa opção para os que preferem a alimentação sem a bicharada.
apesar de não ser grande fã do seitan, no muito de vez em quando preparo-o aqui em casa (mais agora devido à gravidez e à amamentação) e basicamente em duas simples receitas, os panadinhos e os pasteis de massa tenra, as preferidas da Princesa.
o seitan, para os mais desprovidos de informação, é um preparado de glúten, que por sua vez é uma proteína proveniente do trigo e que por isso mesmo é uma boa opção para os que preferem a alimentação sem a bicharada.
pode ser preparado em casa, com farinha de trigo integral ou com farinha de glúten. eu cá prefiro comprá-lo já feito e orgânico, para não ter tanto trabalho e porque as opções de compra são muito boas.
o sabor é um pouco insipido e por isso deve ser bem temperado. é comum ouvir-se dizer que é um bom substituto da carne, já que podemos usá-lo mais ou menos da mesma maneira.
vale fazer pasteis, almondegas, bolonhesa, rolo assado, panados, em bifes, estufado... e por aí fora.
no outro dia, e ainda grávida resolvi fazer os (quase) pasteis de massa tenra da avó Ginita, em vez da carne usei o seitan e em vez de os fritar, assei-os.
para a massa:
(e retirada de um livro muito antigo da minha senhora mãe, que não tenho aqui o nome...)
em vez da farinha de trigo usei espelta
200grs de farinha de espelta branca
1 pitada de sal
1dl de água morna
2 colheres de sopa bem cheias de azeite (que é o mesmo que dizer a cair o azeite delas)
peneiro a farinha para uma taça, abro a famosa covinha no centro, deito o sal, o azeite e a água morna. vou mexendo com uma colher e assim que puder amasso com as mãos, até obter uma massa homogénea. deixo numa bolinha, cubro com um pano, deixo a repousar e por 1/2 hora.
para o recheio:
250grs de seitan
2 cebolas médias muito picadas
1 dente de alho muito picado
1 cenoura pequena também muito picadinha (opcional)
uma folha de louro
pitada de paprika
pitada de pimenta preta moída no momento
sal marinho e flor de sal, q.b.
começo por partir o seitan em cubos pequenos e usando a picadora, reduzi-los a pedacinhos muito pequenos. tal qual carne picada. reservo.
num tacho, deito um bom fio de azeite e junto-lhe a cebola e o alho picados. junto a folha de louro e a paprika. mexo e deixo cozinhar em lume brando até a cebola ficar translúcida. junto a cenoura e deixo cozinhar até amaciar.
naquele momento junto o seitan. mexo, tempero com o sal marinho e deixo cozinhar por uns minutos, até perder a água do refogado e o seitan estar cozido.
provo.
se necessário rectifico o sal, agora com a flor. mexo, deixo cozinhar mais uns minutos e pronto. desligo o lume. retiro a folha de louro, deito o recheio para um prato e deixo arrefecer completamente.
é muito importante que o recheio esteja mesmo frio.
e agora os pasteis...
forno a 180º
polvilho uma tábua ou a mesa com farinha de espelta, divido a massa em dois pedaços (só para ser mais fácil) e estendo um deles com o rolo, deixando-a bem fina e num quase rectângulo.
agora...
ou corto-a em círculos com um copo de boca larga (+-) ou deixo-a mesmo assim.
usando a massa em círculos...
com a ajuda de uma colher de sopa coloco colheres do recheio sobre metade do circulo, cubro o recheio com a outra metade e pressiono com os dedos as extremidades, fechando o pastel por completo.
usando o rectângulo...
e com a ajuda de uma colher de sopa coloco várias colheres do recheio sobre metade da massa, separando-as umas das outras. cubro o recheio com a massa, pressiono a massa junto ao recheio e com um cortador de massa, recorto os pasteis.
repito o processo com a outra metade.
em qualquer das opções, coloco os pasteis sobre papel antiaderente no tabuleiro do forno. furo-os com um palito para deixar sair o ar e levo a assar até a massa ficar durinha (uns 15 minutos aprox.)
como já tenho o cereal na massa e a proteína no recheio, acompanhei com cenouras caramelizadas e couve estufada.
em qualquer das opções, coloco os pasteis sobre papel antiaderente no tabuleiro do forno. furo-os com um palito para deixar sair o ar e levo a assar até a massa ficar durinha (uns 15 minutos aprox.)
como já tenho o cereal na massa e a proteína no recheio, acompanhei com cenouras caramelizadas e couve estufada.
Lá terei de experimentar... ;)
ResponderEliminarSerá que funciona com farinha de arroz e farinha integral de trigo?
Grata! :)
***rita
olá! meses e meses depois e só agora vi o seu comentário...
ResponderEliminarfez com a farinha de arroz e de trigo? com a de trigo integral funciona certamente, apesar de ser uma farinha mais pesada. com a de arroz não sei, que é farinha que não costumo usar.
obrigado